Seminário de Defesa Vegetal aborda ações da Secretaria da Agricultura
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O Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) realizou nesta quarta-feira (31/8), durante a 45ª Expointer, o “Seminário de Defesa Vegetal”. Um ciclo de palestras abordou temas importantes relacionados às ações desenvolvidas por engenheiros agrônomos que atuam no Departamento. Antes, os servidores Plinio Manosso e José Luiz Fraga Nunes foram homenageados por cumprirem 40 anos de Secretaria, na área de fiscalização agropecuária.

A engenheira agrônoma e chefe da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Fabíola Lopes, falou sobre “Laren e a melhoria da qualidade do vinho”. Ela explicou que o Laboratório de Referência Enológica Evanir da Silva (Laren) da Seapdr é um laboratório de referência em enologia para o país e para o mundo.
“Ao termos conhecimento e estudarmos a história da vitivinicultura gaúcha, verificamos que a organização do setor se relaciona diretamente às publicações de normas, juntamente com a atuação das instituições e órgãos de controle”, elucidou Fabíola. “E isso contribui para a melhoria na qualidade do produto vitivinícola ofertado à sociedade”.
Segundo a servidora, o Laren foi inaugurado em Caxias do Sul em 2001 e foi construído em substituição aos antigos laboratórios de enologia espalhados nos diferentes municípios da serra gaúcha.
“Nesses 20 anos de atuação, é visível a relação com a melhoria dos produtos vitivinícolas elaborados, tanto no Rio Grande do Sul como no restante do país”, pontuou Fabíola. De acordo com ela, isso é também produto do maior controle da produção (realizado pela fiscalização agropecuária da Seapdr), somado à melhoria da matéria-prima usada na elaboração desses produtos, à modernização e à maior organização do setor, entre outros fatores que contribuem ativamente para esse ganho de qualidade.
“Mitigação de risco de derivas de agrotóxicos hormonais no Rio Grande do Sul” foi a palestra ministrada pelo engenheiro agrônomo Juliano Ritter. Ele enfocou a situação das derivas de agrotóxicos hormonais no Estado e apontou os principais problemas verificados nas ocorrências e como proceder para corrigi-los, reduzindo os riscos nas aplicações dos defensivos agrícolas.
Segundo ele, os principais problemas estão relacionados à condição ambiental (vento, temperatura e umidade) e aos equipamentos utilizados (a tecnologia de aplicação). “É preciso que os produtores não apliquem o agrotóxico com vento excessivo, cuidem para não usar a tecnologia errada e escolham a ponta de pulverização adequada”, alertou Ritter. “A regulagem do bico da aeronave de forma errada produz gotas finas (o ideal são gotas grossas)”.
Ele citou como exemplos derivas de herbicidas que aconteceram na Fronteira Oeste, quando a Seapdr foi acionada. “A fiscalização agropecuária atendeu a essas derivas e identificou quais eram os problemas nessas situações. As alternativas para redução de derivas são a escolha do equipamento adequado, do momento adequado para aplicação do produto com relação às condições climáticas, identificação de áreas lindeiras de possível risco de deriva”, afirmou.
A engenheira agrônoma da Seapdr e doutora em Ciências, Hellen dos Santos, falou sobre “Certificação e rastreabilidade: garantias de segurança dos alimentos e produtos agropecuários aos consumidores”. Ela abordou a certificação fitossanitária de origem e a certificação fitossanitária de origem consolidada. “A certificação é que garante a qualidade do alimento seguro”, declarou. Conforme Hellen, os envolvidos nessa cadeia são o Responsável Técnico (RT), o produtor rural e a Seapdr, por meio do Departamento de Defesa Vegetal.
“Todos têm suas obrigações”, afirmou a palestrante. De acordo com ela, no caso da Secretaria, elas englobam a parte de sistema on-line para colher os dados gerados pelos RTs, cadastrar o RT, promover cursos de certificação para habilitação de RTs. “Além de alimentar o sistema e manter os dados para auditorias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Seapdr ainda faz as inspeções nas unidades de produção, que são as propriedades rurais certificadas, e nas unidades consolidadoras, que beneficiam os produtos das empresas”.
Por fim, o fiscal agropecuário André Ebone apresentou “Boas práticas no uso de agrotóxicos”. Ele falou sobre o uso seguro de agrotóxicos, baseado na legislação vigente e experiências do dia a dia do trabalho desempenhado na fiscalização de propriedades rurais, empresas do setor e profissionais responsáveis técnicos.
“Os agrotóxicos são ferramentas comumente utilizadas nas cadeias produtivas de grãos, forragens e fibras”, pontuou. Ele destacou os critérios de segurança em relação à exposição ao agrotóxico. “Os produtores devem utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPI), usar produtos registrados (para evitar contrabando e falsificações), seguir as orientações de uso de um profissional habilitado (engenheiro agrônomo ou técnico agropecuário), seguir as informações indicadas na bula e no rótulo do produto”.
Além disso, devem manter equipamentos de pulverização calibrados, com manutenção em dia e buscando sempre técnicas de redução de deriva (acertar o alvo que se deseja controlar com menor risco ambiental e humano). “Usar ainda roupa hidrorrepelente, máscara para substâncias inorgânicas, luvas impermeáveis e bota e avental plástico”, finalizou Ebone.
Homenagem aos servidores

O engenheiro agrônomo Plinio Manosso tem 62 anos de idade e 40 de Secretaria da Agricultura. Atua como Responsável Técnico (RT) e gerente-geral do Laren, em Caxias do Sul, desde sua inauguração, em 2001, mas sempre trabalhou na área do vinho. “Só tenho que agradecer à vida por ter me realizado profissionalmente. Com essa homenagem, eu me sinto um símbolo de esperança para os colegas que estão começando a carreira e para os que ainda continuam na ativa. Acho que dá para dizer que faço parte da história da Secretaria”.
José Luiz Fraga Nunes, o Zeca, de 65 anos de idade, é técnico agrícola na Inspetoria de Defesa Agropecuária de Farroupilha, na área do vinho. Ele faz questão de destacar que, ao longo da carreira, participou da Campanha de Combate à Febre Aftosa, em Joia, e do Levantamento das lavouras de soja transgênica no Rio Grande do Sul. “Para mim é uma satisfação receber essa homenagem e ser lembrado pelo trabalho que fiz e ainda faço com muita dedicação. É um orgulho”.