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Secretaria da Agricultura distribui mudas de butiás no Pavilhão da Agricultura Familiar

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Equipe da Secretaria da Agricultura faz doação de mudas de butiá no Pavilhão da Agricultura Familiar.
Equipe da Secretaria da Agricultura faz doação de mudas de butiá no Pavilhão da Agricultura Familiar. - Foto: Fernando Dias/Seapdr

Na manhã desta sexta-feira, um grupo de pesquisadores, técnicos e servidores da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) fez doação de centenas de mudas de butiá para produtores rurais e indígenas no Pavilhão da Agricultura Familiar.

“Butiá sempre teve questão forte em relação à conservação. Aqui no Estado temos oito espécies diferentes, todas elas ameaçadas de extinção. Daí, fomos testar métodos para acelerar esta germinação”, explica o biológico Gilson Schlindwein.

Pesquisadores da Seapdr, Adilson Tonietto e Gilson Schlindwein (à direita), fazem entrega de mudas de butiá.
Pesquisadores da Seapdr, Adilson Tonietto e Gilson Schlindwein (à direita), fazem entrega de mudas de butiá. - Foto: Fernando Dias/Seapdr

As mudas entregues aos expositores são fruto de uma pesquisa inovadora de pesquisadores da Seapdr, que reduz o período da germinação dos butiás em laboratório, de mais de dois anos para cerca de um mês. O trabalho, conduzido por Schlindwein e pelo engenheiro agrônomo Adilson Tonietto, trata do potencial econômico e ambiental da planta e se preocupa com a preservação dos butiazais que são espécies nativas ameaçados de extinção no Rio Grande do Sul.

“A gente tem condições de avaliar plantas matrizes que tenham potencial melhor de produção e um fruto com qualidade, para distribuir a alguns produtores que têm interesse em cultivar as mudas”, afirma Tonietto.

Seapdr distribui folhetos explicativos sobre a pesquisa com butiazeiros.
Seapdr distribui folhetos explicativos sobre a pesquisa com butiazeiros. - Foto: Fernando Dias/Seapdr

Durante a ação, junto com as mudas, foram distribuídos folhetos explicativos sobre a pesquisa com germinação e insetos que relacionam aos butiazeiros.

“Faço um trabalho com insetos benéficos, especialmente, abelhas. O butiá é uma planta que tem separação da maturidade dos órgãos femininos e masculinos. Notamos o quanto é importante essa fertilização cruzada do butiá. E o inseto que poliniza as flores de butiá são abelhas – especialmente as nativas –, além de moscas, borboletas e vespas”, explica a bióloga Sídia Witter, pesquisadora da Seapdr.

Doação de mudas tem boa recepção

A primeira parada da distribuição foi no estande dos índios kaingang no pavilhão, onde os pesquisadores explicaram a proposta e entregaram as mudas.

Ìndios kaingang receberam doação de mudas.
Ìndios kaingang receberam doação de mudas. - Foto: Fernando Dias/Seapdr

“Quero plantar na reserva. Ficamos muito felizes. Nós usamos butiá para alimento e bebida, né? Bebida tradicional vai butiá, guabiroba, pitanga, jaboticaba”, conta a “cacica” Iracema Kantéy Nascimento, de 58 anos, da aldeia kaingang localizada no bairro Mario Quintana, periferia de Porto Alegre, onde vivem cerca de 30 pessoas.

Outra beneficiada com a doação foi Adenise Zanotto Pigatto, 45 anos, proprietária da agroindústria Zanotto e Pigatto, de Nova Roma do Sul.

Equipe da agroindústria Zanotto e Pigatto avalia criar nova receitas de cuca com butiá.
Equipe da agroindústria Zanotto e Pigatto avalia criar nova receitas de cuca com butiá. - Foto: Rodrigo Martins / Seapdr

“Bem interessante pra fazer um resgate porque a gente sabe que o butiá é uma planta que quase não tem mais. E o butiá pode ser até mais bem aproveitado. Agora, tivemos até algumas ideias pra cuca com butiá. Com o fruto virando geleia e colocando alguma coisa mais doce junto, como chocolate branco”, se entusiasma Adenise.

Produtos coloniais Sobucki, de Sete de Setembro: suco, polpa e butiá em calda.
Produtos coloniais Sobucki, de Sete de Setembro: suco, polpa e butiá em calda. - Foto: Rodrigo Martins / Seapdr

A agroindústria de produtos coloniais Sobucki, de Sete de Setembro, já comercializa em seu estande produtos derivados como suco, polpa e butiá em calda.

“Ação muito boa propiciar mudas para pessoal da agricultura. É um incentivo pra todo mundo plantar a muda e cultivar em sua propriedade”, apoia Jean Carlos Moreira, 22 anos, técnico em agronomia.

Mirian Costa, 58 anos, é proprietária Figueira do Prado, em São Lourenço do Sul. Trabalha com sucos baseados em frutas exóticas e é parceira dos pesquisadores da Seapdr, desde 2006.

 “A minha prioridade sempre foi trabalhar com frutas nativas da região. Afora o butiá, usamos araçá, pitanga, ananás, melancia verde, amora rasteira”, explica Costa.

Sucos de butiá e frutas exóticas: agroindústria Figueira do Prado, de São Lourenço do Sul.
Sucos de butiá e frutas exóticas: agroindústria Figueira do Prado, de São Lourenço do Sul. - Foto: Rodrigo Martins / Seapdr

Além da conservação, a pesquisa da Seapdr inclui múltiplos usos dos butiazais como plantas ornamentais, no artesanato e também na gastronomia.

“Bolsas, chapéus, lustres... Sucos, sorvetes, mostardas, pratos quentes como arroz com butiá, molhos para carnes suínas... Várias possibilidades. E é um produto típico da nossa região. Então, é possível vincular a questão do turismo”, conclui Schlindwein.

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