Revista conscientiza jovens sobre importância das sementes crioulas
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A revista Sementes Crioulas, lançada nesta quinta-feira (31) durante a 40ª Expointer, é um canal de conscientização sobre a importância de passar os grãos de geração em geração. Desenvolvida pela Associação Gaúcha pró Escola Família Agrícola (Agefa), a publicação reúne três artigos com os relatos de jovens vivenciando o dia-a-dia da produção, subsidiados por projetos nacionais de troca de sementes.
As sementes crioulas são variedades desenvolvidas, adaptadas ou produzidas por agricultores familiares, assentados da reforma agrária, quilombolas ou indígenas. A preservação destas espécies em bancos de informações são uma vantagem para melhorar o plantio e ampliar a produtividade.
O secretário executivo da Agefa, Adair Pozzebon, explica a importância de preservar o banco de sementes: "Elas são históricas, carregam características de ancestralidade, então falamos de um patrimônio genético de 100, 200 e até 300 anos. É um saber que está na mão do agricultor". Apesar de ser menos conhecida do que as sementes transgênicas e híbridas, as crioulas são muito cultivadas no estado, garantindo a segurança alimentar de muitas famílias.
"Essa revista é resultado de um trabalho de parceria que representa todo um esforço. Trabalhamos juntos para preservar essas sementes", acrescenta o secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Tarcisio Minetto.
O produtor Amilton Munares, de Maquiné, alerta que é preciso ter cuidado para cultivá-las. "Me preocupo sempre em evitar o cruzamento, então busco plantar com um mês de diferença. Também é necessário armazená-las em ambientes térmicos, separando as fêmeas e os machos", orienta. "Mantemos um relacionamento com outros produtores, trocando sementes, além de ganharmos uma certificação participativa orgânica", conta o agricultor, referindo-se às feiras de biodiversidades.
A revista Sementes Crioulas é uma parceria com a SDR integrante do projeto Juventudes do Campo, que incentiva a importância da agroecologia nas quatro regiões das Escolas Famíla Agrícola - Santa Cruz, Caxias, Formosa e Canguçu.
Texto: Antonio Oliveira, com supervisão de Gonçalo Valduga/Secom