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Qualidade de produtos atrai grande público ao Pavilhão da Agricultura Familiar

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Agricultura familiar
Expositores apostam na diversidade de produtos e na apresentação de novidades aos visitantes - - Foto: Sofia Wolff

O Pavilhão da Agricultura Familiar, um dos espaços mais visitados durante a 40ª Expointer, que  segue até domingo (3), no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, oferece qualidade e diversidade de produtos. Queijos, salames e copas, geleias e mel, bolachas, artesanato, plantas e flores, sucos, vinhos e cachaças são alguns dos produtos que os visitantes encontram desde a primeira edição da feira, mas, a cada ano, novas opções chamam a atenção do público.

Desta vez, três novidades despontam no mercado gaúcho, trazidas por empreendimentos familiares assessorados pela Emater/RS-Ascar: o Rancho das Cabras, de Taquara; o Sabores do Rancho, de Estância Velha; e a Cervejaria Stein Haus, de Picada Café.

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Produtos do leite de cabras

Há 13 anos, Cláudia e Eduardo Almeida, pais da então bebê Vitória, hoje com 14 anos, moradores de Canoas, decidiram morar no interior e, em Taquara, conheceram criadores de cabras e passaram a adquirir o leite, revendido para amigos e conhecidos na região. As vendas foram aumentando e o casal, há dois anos e meio e com um plantel de quase 120 cabras, buscou assessoramento da Emater/RS-Ascar para abrir o laticínio, liberado pela vigilância há um mês.

“Nossa primeira leva fabricada é a que está na Expointer”, comemora Cláudia, ao citar que a Rancho das Cabras produz leite pasteurizado, iogurtes não adoçados e com polpa de frutas, e queijos variados e finos, como o boursin (cremoso e temperado com ervas), o feta (grego, na versão com apenas leite de cabra, ao contrário do tradicional, que é com leite de cabra e de ovelha) e o curado fresco e meia-cura. “Tudo sem conservantes nem corantes ou essências”, destaca Cláudia.

Na Expointer, o empreendimento, muito visitado, teve os produtos saboreados por três alunos do Colégio Tiradentes de Porto Alegre, que degustaram o iogurte de cabra. “É muito bom”, avaliou Victor Calcanhotto, 16 anos. “É diferente e está aprovado”, disse Felipe Aprato, 17 anos. Já para Angelo Dambroz, também de 17 anos, que frequenta o Pavilhão da Agricultura Familiar há quatro anos, esse é o espaço preferido na feira. “Os produtos são muito bons”, elogia.

Picolés artesanais

A Sabores do Rancho Laticínios Artesanais traz como novidades picolés artesanais, elaborados a partir do leite produzido pelas vacas Jersey da propriedade situada na localidade de Morro Agudo, em Estância Velha. Chama a atenção a variedade de sabores: morango e melancia, à base de água, e os cremosos, com o leite do sítio, nos sabores morango, banana caramelizada com canela, nata e o de chocolate 50% cacau, além de sorvetes de milho e mirtilo.

Para a sobrinha da proprietária, Júlia Blauth, que auxilia nas vendas, os picolés estão fazendo sucesso, “pois as pessoas têm curiosidade em experimentar esses sabores diferenciados”. Além dos picolés, a proprietária Rafaela Jacobs, com auxílio do marido, o veterinário Eduardo Blauth, produz iogurtes, como o grego nos sabores morango e mel com nozes, e queijos coloniais.

Rafaela conta que, apesar de viver na cidade, sempre foi apaixonada pelo meio rural. “Tanto que vim morar no interior e aqui tenho meu trabalho”, explica a produtora, que, apesar de ser técnica de enfermagem, deixou o emprego para elaborar queijos e iogurtes e legalizar, com o apoio da Emater/RS-Ascar, a agroindústria Sabores do Rancho, através do Programa Estadual de Agroindústria Familiar.

Hoje, com quase sete anos, a agroindústria está cadastrada no Programa Sabor Gaúcho e no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agroindustrial (Susaf), comercializando seus produtos na Feira do Produtor, realizada aos sábados, das 7h às 11h, e nas quartas-feiras, das 14h às 19h, no Centro de Estância Velha e em exposições e feiras no Estado, como a Expointer.

Para até o final do ano, Rafaela projeta expandir a produção de picolés e lançar sorvetes naturais, com 100% frutas e, claro, produzidos a partir do leite das vacas de sua propriedade, onde hoje 21 estão em lactação, de um rebanho de 48 animais.

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Cabanha Rancho das Cabras, de Taquara, participa pela primeira vez da Expointer - Foto: Karine Viana/Palácio Piratini

Espuma orgânica

O mercado das cervejas artesanais está em expansão e não poderia ser diferente no RS, terra de imigrantes alemães e também de apreciadores de cervejas e chopes. É um tipo de bebida emergente nesse mercado diferenciado, pelos produtos utilizados na elaboração.

No caso da Cervejaria Stein Haus, de Picada Café, o casal empresário Loiva Jung Fritsch e Ricardo Fritsch estão desde 2014 investindo em um produto cada vez mais procurado por seus atributos artesanal e orgânico. Hoje, para fabricar as seis cervejas da marca, são utilizados grãos de trigo e cevada estritamente da agricultura familiar, cultivados por agricultores orgânicos de Santo Antônio do Palma e de Vacaria, assim como a aveia e o centeio. 

“Produzimos cerveja com sabor daqui, incluindo, nessa cadeia produtiva, os agricultores familiares orgânicos de nossa confiança”, ressalta o empresário, ao comparar que 90% dos cervejeiros artesanais brasileiros fazem a bebida com malte importando da Bélgica e da Alemanha. “Fazemos o mesmo sabor das bebidas de lá”, diz Fritsch, ao reafirmar que a Stein Haus se diferencia no sabor e na proposta de utilizar grãos orgânicos cultivados no RS.

Até o início da primavera, em meados de setembro, novas cervejas serão lançadas pela família, que também produz suco e vinho. “Vamos ter mais três tipos de cerveja”, diz Fritsch, ao destacar que o registro foi liberado há pouco mais de 20 dias.

Serão lançadas uma cerveja Helles Mangaba, à base de malte pilsen, com frutas do norte da Bahia e de Sergipe (incluídas na bebida no terceiro dia de fermentação); a Rauchbier, cerveja de trigo defumado à base de lenha de laranjeira velha; e a Blonder, servida há dois anos em chope, mas que será engarrafada pela Stein Haus pela primeira vez.

Os 600 litros de cerveja produzidos incialmente pela cervejaria artesanal de Picada Café passaram para 2.600 litros por mês, e a previsão para novembro é de 5.600 litros de cerveja orgânica por mês. “Estamos ampliando para atender à demanda  crescente”, avalia Fritsch.

Na Expointer, as cervejas artesanais da Stein Haus são comercializadas no Pavilhão da Agricultura Familiar com auxílio de Dionei Brum, que trabalha há pouco mais de um ano com o casal empreendedor e participa de feiras divulgando o produto.

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Qualidade dos produtos da agricultura familiar eleva vendas na Expointer

Qualidade dos produtos da agricultura familiar eleva vendas na Expointer

Texto: Adriane Bertoglio Rodrigues
Edição: Rui Felten

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