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O grande universo do Pavilhão de Pequenos Animais

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Família Muniz visita o Pavilhão de Pequenos Animais
Família Muniz visita o Pavilhão de Pequenos Animais - Foto: Fernando Dias/Seapdr
Por Rodrigo Martins/Seapdr

Pare um momento. Olhe com atenção. A beleza está nos pequenos detalhes. E está em toda a parte no Pavilhão de Pequenos Animais, na Expointer, feira que ocorre até o próximo domingo, dia 1º de setembro, no Parque Estadual Assis Brasil, em Esteio.

É um dos espaços prediletos das crianças e do público urbano. O movimento é tão grande que fica difícil circular por ali nos finais de semana.

"No pavilhão, a gente encontra os coelhos, as chinchilas e os pássaros. Desde as aves de produção, como galinhas, até as aves ornamentais, como marrecos. É uma diversidade de raças. São milhares de animais expostos. É o pavilhão mais visitado da feira" disse o zootecnista Pablo Charão, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). 

Bruno Dallagnol, 30, é fiscal estadual agropecuário (Seapdr) e atua na admissão e na parte zootécnica dos pequenos animais do pavilhão na Expointer.

Bruno Dallagnol, da Seapdr e a criadora Paula Albernoz
Bruno Dallagnol, da Seapdr e a criadora Paula Albernoz - Foto: Fernando Dias/Seapdr

"Fazemos uma avaliação da parte sanitária. Para cuidar que os animais que entram aqui sejam saudáveis e não transmitam doenças para os outros animais e para as pessoas. Este ano, foram admitidas 600 galinhas, 1.600 pássaros, 400 coelhos, 70 chinchilas e 19 caprinos", afirmou o médico-veterinário da Seapdr. 

E cada espécie tem diversas raças. Entre as aves ornamentais, por exemplo, os visitantes podem encontrar as raças como galinhas plymouth rock barrado, shamo e legorne e o inusitado garnizé conchinchina.

Entre os galináceos, um dos destaques é o galo Brama Perdiz, que ganhou o prêmio de melhor macho da exposição, grande campeão asiático e melhor animal da Expointer. Ave do Criatório Alvernoz, propriedade de produtores rurais urbanos de Viamão.

Galo Brama Perdiz ganhou prêmio de melhor macho da exposição, grande campeão asiático e melhor animal da Expointer
Galo Brama Perdiz ganhou prêmio de melhor macho da exposição, grande campeão asiático e melhor animal da Expointer - Foto: Fernando Dias/Seapdr

"Estou num espaço completamente urbano da cidade. Há 1 quilômetro da RS-40. Meu espaço de criação é 11 por 11 metros. E mesmo num espaço reduzido dá pra gente chegar numa exposição, num campeonato e ainda ganhar", explicou a criadora Paula Albernoz.

O atual Pavilhão dos Pequenos Animais está localizado, desde 2015, no pavilhão número 47, na área central do parque, entre as vias do Portão 6 (boulevard) e 7. O espaço foi conquistado através de uma troca com a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). No final do ano de 2014, um vendaval destruiu o antigo pavilhão de equinos. Então, o espaço foi reformado, dando lugar aos pequenos animais. Mas a história do pavilhão remonta aos primórdios da exposição.

"Desde a primeira Expointer, em 1972, já há registro da participação de pequenos animais, com aves e depois coelhos e pássaros, ao lado do antigo pavilhão dos suínos", relembrou José Arthur Martins, sub-secretário do Parque de Exposições, que tem uma história de 40 anos de trabalho dedicados à feira.

"O carro-chefe este ano foi o bem-estar animal", afirma Damien Seixas, da APCA
"O carro-chefe este ano foi o bem-estar animal", afirma Damien Seixas, da APCA

Damien Seixas, presidente da Associação Brasileira de Preservadores e Criadores de Aves de Raça Puras e Ornamentais, avalia positivamente as benfeitorias recentes que o pavilhão recebeu. Criada em 1986, a associação conta com 38 sócios do estado e um de Minas Gerais. 

"O carro-chefe este ano foi o bem-estar animal, projeto desenvolvido em parceria com a Universidade de Santa Maria (UFSM). O direito do animal poder ciscar, deitar com conforto. Criamos mais espaço nas gaiolas. Ocorreu a climatização do pavilhão. Instalamos um pequeno lago e fizemos um projeto de paisagismo. Mais ainda tem muito para evoluir", destacou Seixas, que também é proprietário do Rincão das Aves Ornamentais, em Viamão.

“Pássaro não é só um hobbie. Pássaro pra mim é uma terapia", diz Pedro Antônio Cordeiro da Costa
“Pássaro não é só um hobbie. Pássaro pra mim é uma terapia", diz Pedro Antônio Cordeiro da Costa - Foto: Fernando Dias/Seapdr

O setor de pássaros reúne uma variedade de raças, como canários, calopsitas, mandarins e manons. Pedro Antônio Cordeiro da Costa, 63, é apaixonado pelos pássaros desde a juventude. Há quase 40 anos, ele integra a Sociedade Ornitológica Rio-Grandense, que hoje possui cerca de 70 sócios.

“Pássaro não é só um hobbie. Pássaro pra mim é uma terapia. Aquilo que nos ajuda a enfrentar até mesmo problemas de saúde, por conta da convivência com eles. O pássaro eu considero ele como um pet”, declarou Seu Pedro Antônio.

Os manons são os menores pássaros da feira
Os manons são os menores pássaros da feira - Foto: Fernando Dias/Seapdr

Os pássaros mais baratos são os manons, ao custo de R$ 15. As calopsitas chegam a R$ 120. Os canários oscilam entre R$ 80 a R$ 150.

As chinchilas ficam expostas numa sala separada do pavilhão, com acesso pela via do boulevard, especialmente climatizada em uma temperatura adequada aos animais. É o espaço da Asbrachila, Associação Sul Brasileira dos Criadores de Chinchila, que existe há mais de 30 anos e conta mais de 200 associados. O plantel é de 64 mil animais somente no Estado, 80% da população nacional de chinchilas.

“Ela é um animal que vem dos Andes, de regiões da Argentina e do Chile, mais frias. Por isso, que a chinchila não suporta calor. Em 1923, começou a ser criada em cativeiro. Aqui no Brasil, a criação começou em 1974, em São Paulo. Tem uma gestação longa para roedor: 111 dias. Mas é perfeita para animal de estimação. Não tem cheiro. Não faz barulho. E dura até 10, 11 anos”, explicou Rogério Gutierrez, 51, presidente da Asbrachila. 

Rogério Gutierrez, da Asbrachila. As chinchilas tem sala especial, climatizada e com temperatura adequada
Rogério Gutierrez, da Asbrachila. As chinchilas tem sala especial, climatizada e com temperatura adequada - Foto: Fernando Dias/Seapdr

Os preços das chinchilas variam entre R$ 230 e R$ 500, dependendo da pelagem. A expectativa de venda na feira é de 50 animais.

Os caprinos

Instalados em uma tenda fora do Pavilhão de Pequenos Animais, a 80 metros de distância, os caprinos vão, aos poucos, conquistando seu espaço na Expointer. Segundo dados do setor de estatística do Departamento de Defesa Agropecuária (Seapdr), o rebanho atual de caprinos no Estado é de 55.314 animais espalhados por 13.624 propriedades rurais.

“As crianças adoram poder brincar com os caprinos. Todo mundo gosta dos bichos. A nossa infraestrutura é que peca ainda porque estamos numa estrutura de lona improvisada. Mas há uma promessa de, para o próximo ano, já termos um pavilhão de caprinos com todas as condições de exposição que a raça merece”, afirmou Paulo Werle, 66, presidente da Associação de Caprinocultores do Rio Grande do Sul (Caprisul).

Os caprinos vão, aos poucos, conquistando seu espaço na Expointer
Os caprinos vão, aos poucos, conquistando seu espaço na Expointer - Foto: Fernando Dias/Seapdr

De volta ao Pavilhão dos Pequenos Animais, na final da manhã da quarta-feira, o fluxo de visitantes já era constante no espaço. O mecânico Edevaldo Muniz, 35, e a esposa, a vendedora Janaína Germann, 32, trouxeram a filha Isabelly, de 5 anos, para conhecer, pela primeira vez, o pavilhão. A avó de Isabelly, a cozinheira Laura Muniz, 59, também aproveitou para ver de perto os bichos.

"Tudo é surpresa. É a primeira vez que eu venho também", falou a avó.

"A gente veio dar uma olhada nos animais. Ver a exposição. E é a primeira oportunidade que tivemos para trazer ela para ver os bichos", afirmou o pai.

"Aqui eu gosto de ver as galinhas e os galos. E os coelhos também", disse a mãe.

"Eu gosto de todos! De tudo! Mas eu espero ver filhotinhos de galinha!", declarou a menina.

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