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Estrelas da Expointer, animais em exposição exibem qualidade genética

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Grandes campeões participaram do tradicional desfile que ocorre na pista central - Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini
Por Suzy Scarton

Maior feira de agronegócio da América Latina, a Expointer, que ocorre anualmente no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, é reconhecida pela diversidade de atrações que reúnem o melhor da genética agropecuária, das inovações em máquinas e implementos agrícolas, da agricultura familiar e do cooperativismo gaúcho. Quando do início da feira, as únicas estrelas eram os animais.

Anteriormente, a feira ocorria no Parque Menino Deus, em Porto Alegre – onde está a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Em 1972, a Expointer veio para Esteio, uma vez que o espaço reservado na capital ficou pequeno para abrigar mais de 3 mil animais. Além disso, o novo local tornou o acesso de visitantes e de produtores mais fácil. No novo endereço, a feira ocorria a cada dois anos, passando a ser anual em 1984.

A venda de animais, embora ainda expressiva, fica, hoje, atrás da de máquinas e implementos agrícolas. No ano passado, a comercialização da pecuária movimentou mais de R$ 10,2 milhões. Em 2017, o valor foi quase o mesmo – R$ 10,6 milhões – e, em 2016, foi ainda maior, arrecadando R$ 12 milhões.

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O concorrido desfile dos campeões: qualidade comprovada por jurados resulta em ganhos para a propriedade e para a raça - Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini
"O sucesso da feira é medido pela pecuária. Os animais, às vezes, são preparados por mais de um ano. A Expointer é mágica, espanta as crises, pela qualidade dos animais. Em 2019, a pecuária está voltando ao patamar desejado: qualidade genética, bons preços e quantidade de animais expostos", diz Francisco Schardong, diretor administrativo e coordenador da Comissão de Exposição e Feiras da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). "A venda (de animais) pode não alcançar os mesmos números do que os de máquinas, mas são eles os responsáveis pelo recorde de público", enfatiza.

Até a manhã da sexta-feira (30/8), sétimo dia de feira, a comercialização de animais havia arrecadado R$ 8 milhões, segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Neste ano, a feira expõe 3.975 animais "de argola", que participam de julgamentos e de provas. Dentro do total de inscritos estão 637 equinos, 251 bovinos de leite, 375 bovinos de corte e 686 ovinos. Há ainda cerca de 1,5 mil animais de pequeno porte, entre coelhos, chinchilas e pássaros. Os rústicos, que estão na feira para venda ou leilões, não são computados nos números oficiais.

A quantidade de animais, embora ainda inscritos em grande quantidade, vem sofrendo um decréscimo. O presidente da Federação Brasileira de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia, atribui o fato à tecnologia. "A exposição é uma vitrine. Antes, as exposições rurais eram muito necessárias, mas, agora, com a tecnologia, podemos mostrar nossos animais em qualquer lugar do mundo, via celular", explica. O custo para manter os animais de argola por 15 dias no parque é de R$ 5 mil por cabeça.

Para a feira, afirma Lamachia, os produtores acabam trazendo os melhores animais, como um cartão de visitas. "A feira nasceu da pecuária e se notabiliza por isso. Com o tempo, transcendeu os limites do campo, e abrangeu a agricultura. É um patrimônio do RS e o centro de debates do agronegócio", mensura.

Além disso, o presidente da Febrac acredita que a Expointer gera uma interação entre o campo e a cidade, fazendo com que moradores do meio urbano tenham contato com o campo e, também, com que algumas pessoas retornem às origens.

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Enquanto especialistas têm olhos para a genética, público admira a formosura de exemplares expostos - Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini
Para Schardong, ainda há espaço para crescimento do setor na feira. "Há espaço na medida em que fazemos parcerias com a agricultura. Uma atividade, no verão, com grãos, e no inverno, com animais de pasto, por exemplo", pondera.

A exportação de genética é um dos pontos fortes do setor pecuarista. Lamachia e Schardong explicam que a vantagem genética do RS se dá devido à prevalência de raças europeias. No restante do Brasil, são criadas predominantemente raças sintéticas – formadas por cruzamentos. O diretor da Farsul explica que os compradores adquirem uma raça europeia para cruzar com outras, criando, assim, animais que se adaptam mais facilmente ao solo e ao clima de outros Estados. "Nossa genética é uma vitrine tecnológica que será usada na venda", afirma.

Neste domingo (1°/9), às 15h, em entrevista coletiva à imprensa no parque Assis Brasil, o governador Eduardo Leite e o secretário da Agricultura, Covatti Filho, além de representantes de entidades e associações de criadores, divulgam o balanço final de vendas da Expointer 2019.

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