Estrelas da Expointer, animais em exposição exibem qualidade genética
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Maior feira de agronegócio da América Latina, a Expointer, que ocorre anualmente no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, é reconhecida pela diversidade de atrações que reúnem o melhor da genética agropecuária, das inovações em máquinas e implementos agrícolas, da agricultura familiar e do cooperativismo gaúcho. Quando do início da feira, as únicas estrelas eram os animais.
Anteriormente, a feira ocorria no Parque Menino Deus, em Porto Alegre – onde está a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Em 1972, a Expointer veio para Esteio, uma vez que o espaço reservado na capital ficou pequeno para abrigar mais de 3 mil animais. Além disso, o novo local tornou o acesso de visitantes e de produtores mais fácil. No novo endereço, a feira ocorria a cada dois anos, passando a ser anual em 1984.
A venda de animais, embora ainda expressiva, fica, hoje, atrás da de máquinas e implementos agrícolas. No ano passado, a comercialização da pecuária movimentou mais de R$ 10,2 milhões. Em 2017, o valor foi quase o mesmo – R$ 10,6 milhões – e, em 2016, foi ainda maior, arrecadando R$ 12 milhões.
Até a manhã da sexta-feira (30/8), sétimo dia de feira, a comercialização de animais havia arrecadado R$ 8 milhões, segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Neste ano, a feira expõe 3.975 animais "de argola", que participam de julgamentos e de provas. Dentro do total de inscritos estão 637 equinos, 251 bovinos de leite, 375 bovinos de corte e 686 ovinos. Há ainda cerca de 1,5 mil animais de pequeno porte, entre coelhos, chinchilas e pássaros. Os rústicos, que estão na feira para venda ou leilões, não são computados nos números oficiais.
A quantidade de animais, embora ainda inscritos em grande quantidade, vem sofrendo um decréscimo. O presidente da Federação Brasileira de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia, atribui o fato à tecnologia. "A exposição é uma vitrine. Antes, as exposições rurais eram muito necessárias, mas, agora, com a tecnologia, podemos mostrar nossos animais em qualquer lugar do mundo, via celular", explica. O custo para manter os animais de argola por 15 dias no parque é de R$ 5 mil por cabeça.
Para a feira, afirma Lamachia, os produtores acabam trazendo os melhores animais, como um cartão de visitas. "A feira nasceu da pecuária e se notabiliza por isso. Com o tempo, transcendeu os limites do campo, e abrangeu a agricultura. É um patrimônio do RS e o centro de debates do agronegócio", mensura.
Além disso, o presidente da Febrac acredita que a Expointer gera uma interação entre o campo e a cidade, fazendo com que moradores do meio urbano tenham contato com o campo e, também, com que algumas pessoas retornem às origens.
A exportação de genética é um dos pontos fortes do setor pecuarista. Lamachia e Schardong explicam que a vantagem genética do RS se dá devido à prevalência de raças europeias. No restante do Brasil, são criadas predominantemente raças sintéticas – formadas por cruzamentos. O diretor da Farsul explica que os compradores adquirem uma raça europeia para cruzar com outras, criando, assim, animais que se adaptam mais facilmente ao solo e ao clima de outros Estados. "Nossa genética é uma vitrine tecnológica que será usada na venda", afirma.
Neste domingo (1°/9), às 15h, em entrevista coletiva à imprensa no parque Assis Brasil, o governador Eduardo Leite e o secretário da Agricultura, Covatti Filho, além de representantes de entidades e associações de criadores, divulgam o balanço final de vendas da Expointer 2019.