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Escola indígena expõe seus produtos

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Karaí mostra a batata-doce mirim, típica da culinária indígena.
Karaí mostra a batata-doce mirim, típica da culinária indígena. - Foto: Renato Gava
Nem só de animais, maquinário e tratores vive a Expointer. Que o diga Karaí Popygua, 17 anos, aluno da única escola indígena que expõe seus trabalhos no Parque de Exposições Assis Brasil em Esteio: a Escola Estadual Índígena de Ensino Fundamental Karaí Arandu, de Viamão. Tímido, o menino jamais tinha visitado a Feira. Alguns produtos, como o milho e a batata-doce mirim, são tipicamente indígenas. "Tem muita coisa interessante por aqui, mas não é bom saber que tem tanto agrotóxico. Na nossa casa, a gente  guarda a semente como se fosse um filho", conta o rapaz da etnia guarani mbya, uma das três remanescentes do Rio Grande do Sul (as outras são charrua e caigangue), embora sejam mais de 200 no país.

A Karaí divide o estante com outras seis escolas estaduais (uma agrícola e cinco do campo), perto do portão 4. A iniciativa é da Secretaria da Educação (Seduc). Todas expõem produtos feitos pelos alunos. No caso do estabelecimento de ensino indígena, há duas diferenças. A primeira: muitas vezes, são os alunos que ensinam aos professores técnicas de plantio para determinadas sementes. A segunda: eles não produzem nada que possa danificar o solo ou a natureza como um todo. "Para fazer colares e enfeites, eles usam madeira já cortada e sementes, tudo que a natureza dá e que iria apodrecer se não fosse usado. Além disso, suas sementes não têm qualquer tipo de transgenia", explica a professora de História Édina Agliardi, que acompanha Karaí na exposição.

Letícia Bonfada Matschinske, 15 anos e também debutando na Expointer, aproveita para conhecer um pouco do parque e mostrar os produtos de lavoura, pomar e horta que cultiva na Escola Estadual São Pio X, de Bozano, município emancipado de Ijuí.

"É muito bom conferir o que estão expondo e mostrar o que eu faço na escola", comemora a menina. Ela e muitos dos 130 alunos entre 4 e 15 anos da Pio X escreveram, com caneta, redações explicando como é a vida no campo. Alguns trabalhos foram selecionados e estão grudados na parte da frente do estande. "A gente mostra a eles técnicas menos agressivas ao meio-ambiente e, também, a ter uma melhor qualidade de vida no campo", explica a professora Jandara Mastella.

Do interior, alunas e professoras das escolas trouxeram para a feira biscoitos, geleias e outras guloseimas que distribuem aos visitantes.

As escolas estaduais que fazem parte do estande são: EEEF São Pio X, de Bozano; EEEF Afonso José Nunes Santana, de Barrocadas; EEEF Senador Alberto Pasqualini, de Três de maio; EEEF Martiniano Ferreira Alves, de Mampituba; EEEM Getúlio Vargas, de Fontoura Xavier (Escola Agrícola); EEEM Marieta Tozzo, de Itatiba do Sul; e EEIEF Karaí Arandu, de Viamão.


Alunas e professoras das escolas estaduais do campo mostram seus produtos.
Alunas e professoras das escolas estaduais do campo mostram seus produtos. - Foto: Renato Gava


Texto: Renato Gava
Edição: Denise Camargo/Secom

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