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Controle estratégico é solução para combate ao carrapato no RS

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Combate ao parasita foi tema de Fórum de Responsabilidade Técnica e Sanidade Animal - Foto: Alessandra Bruny/Agência Preview

A infestação dos rebanhos de gado com carrapatos gera prejuízos milionários aos criadores do Rio Grande do Sul. É o estado brasileiro que mais sofre com o problema, graças à tradição de criar gado europeu. O combate ao carrapato foi tema do 5º Fórum de Responsabilidade Técnica e Sanidade Animal, promovido pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RS) e a Sociedade de Veterinária do RS (Sovergs) na 39ª Expointer. "As raças europeias são mais suscetíveis do que as zebuínas", explica o coordenador do fórum e vice-presidente do CRMV, José Arthur Martins.

O controle estratégico é fundamental para combater o carrapato. Tratar os bovinos com carrapaticidas apenas quando a infestação é visível é um erro grave cometido pelos produtores, informa o palestrante e médico veterinário Endrigo Pradel. "Quando tratamos neste período, expomos grande número de carrapatos ao produto químico, gerando a seleção de parasitas resistentes", afirma.

Pradel coordenou um estudo sobre a resistência de carrapatos aos acaricidas disponíveis no mercado. Atualmente, o Brasil registra apenas seis classes de acaricidas para combater o parasita e mais de duzentas marcas comerciais. "Revezá-las não significa trocar os princípios ativos", alerta. Além disso, em caso de infestação, apenas 5% dos carrapatos estão nos bovinos e os 95% restantes no solo. Por isso, segundo ele, a estratégia adequada prevê banhos logo após o inverno, período em que começa a recomposição das populações de carrapatos.

Enquanto a resistência aos pesticidas é um problema, o controle alternativo é uma realidade. Conforme a médica veterinária Anelise Webster, existem outras possibilidades desde fungos, passando por extratos de larvas ou até predadores naturais, como a garça vaqueira, ave que se alimenta do parasita no solo ou nos bovinos. "As possibilidades existem, mas dependem das condições de cada propriedade. Além de ser uma solução para a resistência, também tem menor impacto ambiental".

O presidente do CRMV, Rodrigo Lorenzoni, destacou que a entidade é parceira das iniciativas para combater o problema que atinge os rebanhos gaúchos. Uma destas ações é o Grupo Técnico de Combate ao Carrapato e Tristeza Parasitária Bovina, criado na Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação, que prevê medidas para conscientizar produtores e capacitar médicos veterinários no combate ao artrópode.

Texto: Roberta Amaral
Edição: Gonçalo Valduga/Secom

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